Estabilidade nas principais bolsas
As principais bolsas estaduais de suínos encerraram a quinta-feira, 15 de abril, sem variações nos preços:
- Santa Catarina manteve o valor de R$ 8,38/kg, após seis semanas de altas consecutivas. A média do estado entre janeiro e abril é de R$ 8,21/kg.
- São Paulo segue com o preço de R$ 8,80/kg há cinco semanas, com média no ano de R$ 8,70/kg.
- Minas Gerais também está estável há quatro semanas, com valor de R$ 8,60/kg e média anual idêntica.
Exportações em alta
Santa Catarina reafirma sua liderança no mercado internacional. Até abril de 2025, o estado foi responsável por 218.300 toneladas das 402.400 toneladas exportadas pelo Brasil, representando mais de 54% do total nacional.
Comparando com o mesmo período de 2024, o crescimento nas exportações brasileiras foi de 58.755 toneladas, sendo 16.301 toneladas a mais apenas em Santa Catarina.
A diversificação de mercados compradores é um dos pontos mais destacados:
- China, ainda relevante, reduziu suas compras para 47.900 toneladas.
- Filipinas surpreenderam ao saltar de 46 mil toneladas em 2024 para 85.870 toneladas em 2025, praticamente dobrando a demanda.
- Japão, México, Hong Kong e Argentina também aumentaram suas importações, alguns com crescimento acima de 100%.
Desafios do setor
Apesar do momento positivo, o setor enfrenta entraves relevantes. Um dos principais é o custo elevado dos financiamentos, que desestimula novos investimentos em modernização da produção.
“O juro alto afasta os investimentos. E a suinocultura é uma atividade de longo prazo. Hoje, mesmo com boa rentabilidade, não compensa investir pesado diante desse cenário”, explica Losivanio.
A introdução de tecnologias como inteligência artificial e robôs nas propriedades rurais exige capital intensivo. No entanto, a realidade de muitas granjas ainda é de limitações operacionais, agravadas pela falta de mão de obra no meio rural, causada pela evasão dos jovens. “A juventude não quer ficar no campo. Isso limita a manutenção do plantel, quanto mais a expansão”, destaca.
Custos em queda e fôlego aos produtores
Por outro lado, os custos de produção têm caído significativamente, o que ajuda a melhorar a margem de lucro dos produtores:
- Milho: em forte retração nos preços.
- Farelo de soja: estável, porém em patamar mais baixo do que nas últimas crises.
“Não é momento de fazer loucuras ou crescer além da conta”, alerta o presidente da ACCS. “Quem deve crescer agora é quem já está na atividade, sabe produzir bem e tem estrutura consolidada”.
Bem-estar animal e exigências internacionais
Outro fator estratégico é a adequação das propriedades às normas de bem-estar animal, cada vez mais exigidas pelos mercados internacionais. A não conformidade pode resultar em perdas de contratos de exportação e redução da competitividade.
“Temos que adequar as propriedades que ainda não se modernizaram. O mundo está olhando isso”, pontua o presidente da ACCS.
Perspectivas para 2025 e 2026
A previsão da ACCS é de continuidade no bom desempenho do mercado ao longo de 2025 e, ao menos, até meados de 2026. A produção já está a campo e deve suprir a demanda, mantendo preços rentáveis sem sobrecarregar o sistema.
Com a genética avançada, alta tecnificação e controle sanitário rígido, a suinocultura brasileira — especialmente a catarinense — segue como uma das mais competitivas do mundo. “Temos uma proteína de excelência, que é valorizada tanto no Brasil quanto lá fora. E isso é mérito do nosso produtor”, finaliza Losivanio.